Já soltei essa pergunta algumas vezes em rodas de conversa com amigos gearheads, daqueles que amam ronco de motor, graxa na mão e cheiro de gasolina. É uma provocação — claro que é. Mas serve bem pra abrir os olhos (ou ouvidos) de quem insiste em tratar veículos elétricos como uma moda passageira, uma “involução” ou até uma ameaça à cultura automotiva.
Vamos ser honestos: a humanidade saiu do cavalo pro motor a vapor, e de lá pro motor a combustão. Cada etapa dessa jornada foi acompanhada de desconfiança, resistência e muita crítica. Quando os primeiros carros surgiram, eram barulhentos, sujos, davam mais manutenção do que transporte — e, mesmo assim, mudaram o mundo.
Hoje, vivemos mais uma virada de chave. A mobilidade elétrica é a nova fronteira, e quem ainda compara com veículos a combustão está fazendo o mesmo tipo de comparação que um cocheiro do século XIX faria ao ver um Ford Modelo T pela primeira vez: “Mas cadê o cavalo?”.
As novas resistências (e como já estamos superando elas)
Claro, o cenário atual é diferente. As objeções mudaram de forma, mas a essência é a mesma: medo do novo. Entre os argumentos mais comuns contra os veículos elétricos, estão:
- “A infraestrutura de recarga ainda é precária.”
Verdade em muitos lugares — mas isso está mudando rápido. Cidades como Oslo, Londres e Shenzhen já operam com redes de recarga tão acessíveis quanto os postos de combustível. No Brasil, grandes centros e rodovias começam a ver carregadores rápidos surgirem com apoio de startups e até de montadoras. - “Demora muito pra carregar.”
Em parte sim, em parte não. Com carregadores residenciais ou em estacionamentos, você acorda todo dia com o ‘tanque cheio’. E com a evolução dos carregadores ultrarrápidos (e das próprias baterias), já tem carro que vai de 10% a 80% em 18 minutos. - “Veículos elétricos pegam fogo.”
Bom, carros a combustão também. A diferença é que incêndios em baterias, embora mais midiáticos, são estatisticamente menos frequentes. A segurança está melhorando com sistemas avançados de gerenciamento térmico, sensores inteligentes e tecnologias de contenção.
A história não para — e a mobilidade também não
O que a gente precisa entender é que a tecnologia não é uma linha de chegada, é uma estrada em constante construção. Se a gente fosse esperar o carro a combustão ficar perfeito, ainda estaríamos andando de charrete.
A mobilidade elétrica está evoluindo mais rápido do que muitos conseguem acompanhar. O que hoje parece caro, complicado ou inviável, amanhã será o novo normal — acessível, funcional, desejado. E quando esse futuro chegar (spoiler: está mais perto do que parece), a comparação com carros a combustão vai parecer tão absurda quanto perguntar hoje:
“Por que você não foi pro trabalho montado num cavalo?”
About Cara do Patinete
Cara do Patinete, também conhecido pelo apelido Bruno, é um empreendedor serial, e entusiasta da mobilidade elétrica.
Formado na área de T.I. e pós-graduado em Gerenciamento de Projetos, atualmente Bruno empreende em áreas diversas como Marketing Esportivo e de Influência, Data Science e Transformação Digital, mas sempre dá um jeito de relacionar seus negócios através da criatividade e network.